quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

A métrica da vaidade

A internet é um meio poderoso e absolutamente indispensável por conta de todas e tantas possibilidades que abre em múltiplas direções. Como tudo até ela, nasceu analógica utilizando o paradigma mecanicista, linear, de mão única e em pouco mais de 20 anos deu saltos exponenciais, como nenhum evento anterior nos 20 séculos anteriores. A linha condutora da vida humana em sociedade


Postagens nas redes sociais podem até fazer sucesso com frases de efeito e registros fotográficos de coisas acontecendo, mas ficam por aí, não criam engajamento

A métrica da vaidade - Postagens nas redes sociais podem até fazer sucesso com frases de efeito e registros fotográficos de coisas acontecendo, mas ficam por aí, não criam engajamento

Hoje, muito além do famoso "www" o conceito de rede se espalha por todas as atividades humanas e nada do que você e qualquer pessoa com mais de 25 anos conheceu, será do mesmo jeito.

Recentemente coloquei a questão política e as redes sociais num artigo e vou ampliar o raciocínio aqui.

Tratei da questão da invisibilidade que as redes sociais acabam promovendo, simplesmente porque faltam dois elementos:

- anterior, a causa

- posterior, a solução

Pessoas não se envolvem em nada que não toque seus corações e mentes, que não vá direto ao ponto, que pelo menos sinalize uma solução, qualquer que seja, que atenda a necessidade básica que aquela pessoa tem.

A política se afastou das pessoas por não falar a mesma língua e as redes sociais alargaram esse abismo.

A métrica da vaidade

Métricas são sistemas para quantificar tendências, comportamentos e outras variáveis que vão permitir que se avalie o desempenho de uma determinada ação e se essa ação está alcançando e envolvendo o público alvo. Vale para produtos, campanhas políticas, oferecimento de serviços e qualquer outra atividade que necessite de validação por parte dos usuários, conumidores, eleitores e por aí vai.

Postagens nas redes sociais podem até fazer sucesso com frases de efeito e registros fotográficos de coisas acontecendo, mas não criam engajamento.

Número de seguidores, curtidas, compartilhamentos e comentários não significam compromisso. Por exemplo, a página do Facebook do Aécio tinha 4 milhões de seguidores e a da Dilma 2,7 milhões e foi ela quem ganhou.

A condição fundamental para que uma rede social possa trazer benefícios é suportada por três pilares prévios:

- O conteúdo tem que ser relevante e inédito.

- Quem posta tem que ser reconhecido como liderança.

- O assunto precisa estar em sintonia com temas de interesse da sociedade e precisam oferecer caminhos para a solução.

Temas abordados de maneira genérica, por importantes que sejam, não vão induzir o cliente/internauta a interagir e quem sabe engrossar a fileira de modo consistente se esses três pilares não forem absolutamente perfeitos e sincronizados.

O grande erro está em achar que número de seguidores, curtidas, compartilhamentos e comentários são um sinal de sucesso.

As redes sociais serão úteis apenas se existir uma causa prévia, os três pilares estiverem sincronizados e as pessoas tiverem para onde ir depois de tomar conhecimento do tema.

A crise institucional

Os temas políticos perderam muito do interesse dos cidadãos, basta acompanhar o noticiário para se ver o descrédito que a atividade vive hoje e nas redes sociais, todos, os bons e os maus políticos acabaram na mesma gaveta. Os próprios dados do TSE - Tribunal Superior Eleitoral, mostram que há um distanciamento do cidadão na hora do voto.

Exemplo de Uberlândia

Em Uberlândia, o número de eleitores subiu menos que a quantidade de ausências, nulos e brancos.

Em 2012 esses votos perdidos eram 100.724, em 2016 eram 140.057 um aumento de 39.333 e o eleitorado cresceu em 33.458. Isso significa menos 5875 eleitores. Menos votos válidos, menos votos naqueles que se elegeram, mais pulverização entre os mais de 600 candidatos que concorreram ao cargo de vereador.

A Câmara de 2012 foi eleita com 95.650 votos, a de 2016 com 89.010, ou seja 6.640 votos a menos.

Por outro lado em 2012, 248.812 e em 2016, 249.183 eleitores, pulverizaram seu voto entre candidatos que não foram eleitos. E nesse último caso, esses votos poderiam eleger mais três Câmaras.

Ainda há a questão da média de votos dos eleitos. Em 2012, a média dos 27 eleitos foi de 3542 votos cada e em 2016 essa média foi de 3296. Mais pessoas receberam votos, tornando a disputa muito mais acirrada.

Na minha visão isso mostra que o eleitor em geral não acompanha ou não se interessa em quem vai votar, pelo simples motivo que não conhece as histórias.

Onde a internet entra nisso?

1 - Uma causa

2 - Os três pilares citados acima

3 - Canais eficazes de distribuição de informação (blogs, sites)

4 - Feedback segmentado do público

Como fazer acontecer?

1 - Profissionais capacitados

2 - Ferramentas de comunicação

3 - Corpo a corpo pelo menos semanal com sua base

Conclusão

Tem muito político bom de serviço e eu digo, são maioria e tem muita gente que ainda vota, mas não acompanha, não conhece e não se importa em quem vai votar e esses são maioria.

Da parte de quem precisa de voto é questão de entender a mensagem.

Da minha parte sigo pesquisando, estudando e compartilhando as conclusões.

Pedro Reis é jornalista, ambientalista e artista plástico. Editor do FarolCom e do FarolCom Inteligência

Pedro Reis
FarolCom Inteligência (FCI)

Faça o primeiro contato:
34-9-9129-1547 - whatsapp
34-9-8842-4861 - telegram